terça-feira, 1 de setembro de 2009

Forever Young

Eu ia escrever um post sobre os últimos filmes que vi na tevê, mas, uma vez que os dois posts anteriores ficaram uma merda, resolvi poupar dessa chateação os dois ou três leitores habituais deste blog. Se bem que é forçoso não compartilhar o fato de ter visto As Virgens Suicidas pela segunda vez ontem à noite.

O primeiro e surpreendente filme de Sofia Coppola é uma adaptação do extraordinário romance homônimo do americano Jeffrey Eugenides, lançado no Brasil pela editora Rocco, em ótima tradução de Marina Colasanti. Após debutar no cinema como atriz na terceira parte de O Poderoso Chefão, e ter sofrido duras críticas por sua atuação medíocre, Sofia resolveu voltar ao meio agora como diretora, e escolheu um material no mínimo ousado, que poderia ter comprometido seriamente essa sua nova empreitada. Para sorte nossa não foi o que ocorreu. Tendo o pai, Francis Ford Coppola, como um dos produtores, e o apoio de um elenco de primeira – com destaque para James Woods e Kathleen Turner, que vivem os pais das cinco adolescentes -, Sofia conseguiu fazer um filme sensível e original, ainda que não impecável. Entre as lindas garotas loiras que interpretam as irmãs suicidas, destaca-se a talentosa Kirsten Dunst, que voltaria a trabalhar com a diretora em Maria Antonieta, no qual interpreta o papel-título.

Quando vi o filme pela primeira vez, eu ainda não havia lido o livro. Depois de ter comprado e lido a edição de bolso lançada pela Rocco em parceria com a L&PM por R$ 13,00, achei o filme ainda melhor. Trata-se de uma brilhante adaptação de um romance complexo, narrado na segunda pessoa do plural por um grupo de garotos que testemunham a morte de cada uma das meninas.

***

Bob Dylan é gênio? A maioria dos chimpanzés (eu incluso) acha que sim, mas há quem o considere apenas um compositor competente e superestimado. Lembro de uma cena de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa em que (o genial) Woody Allen ridiculariza o músico num curto bate-papo com uma fã dele. A propósito, quem interpreta a tiete de Dylan é a ótima Shelley Duvall, de O Iluminado, e Popeye. Por ande anda Shelley Duval?

Um compositor nacional constantemente comparado a Dylan é Chico Buarque, que já chegou a ser chamado de “Bob Dylan brasileiro” nos EUA. Chico é quase unanimidade no Brasil: gênio. Mas seus detratores o acusam de barroco e exageradamente rebuscado. Na minha modesta opinião, o repertório de Chico vai do sublime ao tedioso, sempre com muita dignidade. Foi esse, aliás, o parecer de Paulo Francis a respeito de 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, como li numa dessas deliciosas coletâneas de artigos do escritor.

5 comentários:

  1. Não enxergo perto de mim, só consigo o distante. E o meu vaticínio é que você vai ser um escritor importante um dia ( a profecia não garante que você estará vivo para desfrutar do reconhecimento ).
    Quanto aos posts sobre cinema, são muito bons. Fico imaginando como deve ser o seu processo de construção das palavras. Me diz, elas doem ao nascerem ou correm livres e tranquilas como na cadência do texto?
    Espere pela brisa, amigo Bruno!
    A proposito, gostaria de ter seu e-mail. Preciso incomodá-lo a respeito de minha mais recente loucura: ir embora.
    rone.trindade@bol.com.br
    Estranho Adão.

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  2. Bob Dylan é gênio sim, sem dúvida. Parabéns pelo texto e passo a seguir o seu blog com interesse!

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  3. Obrigado, Kovacs.

    Apareça quando quiser. E parabéns pelo ótimo blog.

    Um abraço.

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  4. Oi adorei o blog.
    Cai aqui pesquisando sobre paroxetina, rs!
    Vou add lá no meu.

    Abs,

    Bianca Rosolem

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  5. Oi, Bianca.

    Seja bem-vinda. Que bom que apreciou a visita - eu também gostei muito do que vi (e principalmente do que li) no seu blog.

    Abraço grande!

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