terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Minhas leituras prediletas de 2015 (sem ordem de preferência)

Meus tempos de ansiedade (Scott Stossel)

A morte do pai (Karl Ove Knausgård)

Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo (David Foster Wallace)

No colo do pai (Hanif Kureishi)

Formas de Voltar para Casa (Alejandro Zambra)

A Redoma de Vidro (Sylvia Plath)

Jeito de Matar Lagartas (Antonio Carlos Viana)

No exército do faraó - Memórias da guerra perdida (Tobias Wolff)

Na Linha de Frente (Lawrence Block)

Da arte das armadilhas (Ana Martins Marques)

O Pai Morto (Donald Barthelme)

Quarenta dias (Maria Valéria Rezende)

A Bolsa Amarela (Lygia Bojunga)

A Linha da Beleza (Alan Hollinghurst)


Memória de Elefante (António Lobo Antunes)

domingo, 23 de agosto de 2015

Catedral

Reformaram a catedral do meu bairro

Ficou tão bonita

que até deu vontade de voltar a ser católico

Mas eu nunca deixei de ser católico

apesar de não acreditar

em Deus

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Minhas 14 leituras preferidas de 2014:


O Homem-Mulher (Sérgio Sant' Anna)

Falar Sozinhos (Andrés Neuman)

O que amar quer dizer (Mathieu Lindon)

O demônio do meio-dia (Andrew Salomon)

Os Enamoramentos (Javier Marías)

Amanhã não tem ninguém (Flávio Izhaki)

A vez de morrer (Simone Campos)

Bem que eu queria ir (Allen Shanw)

Golpe de ar (Fabrício Corsaletti)

Uma Duas (Eliane Brum)

De repente, uma batida na porta (Edgar Keret)

Wilson (Daniel Clowes)

Hosana na Sarjeta (Marcelo Mirisola)

Como me tornei freira (César Aira)


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sem ódio, de mãos dadas



É triste ver o País mergulhado nessa cultura de ódio. A mim me escandaliza sobretudo a fúria insensata de parte dos eleitores de Aécio Neves. Mas os militantes petistas que insistem em dividir o país entre pobres e ricos (Lula incluso) também são responsáveis por esse clima de animosidade.
Aliás, não só as militâncias: os candidatos também contribuem para esse cenário beligerante com uma campanha pobre em ideias e rica em debates de baixo nível.
Espero que sobrevivamos a essa eleição. E que, independentemente de quem conquiste a Presidência, possamos, tal qual o poeta ensinou, caminhar de mãos dadas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014




Matéria publicada no Uol e meu comentário a seguir:


Livros novos para alunos de Araçatuba (SP) são encontrados em matagal

***

Na escola estadual em que cursei o ensino básico, havia dois armários metálicos em cada sala de aula. Esses armários estavam sempre trancados e nenhum aluno tinha acesso a eles. Sempre achei isso estranho. E um dia resolvi perguntar a um professor o que havia neles. 

Ele disse que também não sabia. E, contaminado por minha curiosidade, resolveu questionar a direção.

A diretoria o informou que os armários continham livros. Não os livros didáticos que utilizávamos diariamente nas aulas – outro tipo de livro. Livros de ficção e não ficção que deveriam ser disponibilizados aos alunos, mas, por algum motivo que foge à minha compreensão, não eram. 

Mais tarde, descobri que havia uma sala anexa à secretaria onde havia uma enorme quantidade de material escolar (cadernos, lápis, borrachas, réguas, papéis e tintas diversos etc.) de cuja existência o corpo discente sequer desconfiava.

Ou seja, a má qualidade do ensino público não está relacionada apenas à falta de dinheiro, mas também, e principalmente, a meu ver, à gestão incorreta dos recursos, à falta de valorização do profissional, e, claro, aos maus profissionais, presentes em todas as áreas.

(Às vezes é preciso repetir o óbvio.)


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Microconto

Lar

O pai, operário alcoólatra, passa as horas vagas ancorado no balcão do bar. A mãe, dona-de-casa resignada, curte e compartilha textos apócrifos no facebook.

sábado, 28 de julho de 2012

A pequenez da vida que a arte exagera


“Lembro de um período do final da adolescência em que minha mente ficava embriagada com imagens de aventuras. É assim que vai ser quando eu crescer. Eu vou lá, vou fazer isso, vou descobrir aquilo, vou amá-la, depois ela, ela e ela. Vou viver como as pessoas vivem e sempre viveram nos romances. Em quais eu não tinha certeza, só que paixão e perigo, êxtase e desespero (mas depois mais êxtase) estavam à minha espera. Entretanto... quem foi que disse aquilo sobre “a pequenez da vida que a arte exagera”? Houve um momento quando estava me aproximando dos trinta anos em que eu admiti que meu amor por aventuras já tinha acabado há muito tempo. Eu jamais iria fazer coisas que havia sonhado na adolescência. Em vez disso, eu aparava a grama, tirava férias, tinha a minha vida.


Mas o tempo... como o tempo primeiro nos prende e depois nos confunde. Nós achamos que estávamos sendo maduros quando só estávamos sendo prudentes. Nós imaginamos que estávamos sendo responsáveis, mas estávamos sendo covardes. O que chamamos de realismo era apenas uma forma de evitar as coisas em vez de encará-las. O tempo...  nos dá tempo suficiente para que nossas decisões mais fundamentais pareçam hesitações, nossas certezas, meros caprichos.”
Trecho do romance "O sentido de um fim", de Julian Barnes