Os vegetarianos que me perdoem, mas carne é fundamental, ao menos na geladeira aqui de casa. E, nesses tempos politicamente corretos, de mudanças de valores prementes, de repensarmos nossa conduta de vida etc., sinto certa vergonha ao confessar que, pelo menos num futuro próximo, não me vejo parando de comer "animais mortos", como os vegetarianos radicais gostam de se referir às carnes que os humanos consumimos - sempre com o nobre propósito de nos chocar (e insultar).
Semana passada, assisti a um documentário americano chamado I Am An Animal, que relata a trajetória política de Ingrid Newkirk, co-fundadora do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), uma das mais importantes ONGs de combate aos maus tratos a animais no mundo todo. O PETA é a mais respeitável e temida dessas instituições, tanto por sua influência política quanto por suas manifestações de protesto, que envolvem desde ordeiras passeatas até pichações e depredações a butiques de luxo que vendem casacos de pele, bolsas, e outros produtos de origem suspeita.
Semana passada, assisti a um documentário americano chamado I Am An Animal, que relata a trajetória política de Ingrid Newkirk, co-fundadora do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), uma das mais importantes ONGs de combate aos maus tratos a animais no mundo todo. O PETA é a mais respeitável e temida dessas instituições, tanto por sua influência política quanto por suas manifestações de protesto, que envolvem desde ordeiras passeatas até pichações e depredações a butiques de luxo que vendem casacos de pele, bolsas, e outros produtos de origem suspeita.
Ingrid e seus pares contam com o apoio de várias personalidades americanas, bem como de algumas empresas e grifes como a Calvin Klein, que parou de utilizar materiais de origem animal na composição de suas roupas após sofrer forte pressão do PETA. Um dos métodos mais eficazes de persuasão utilizados pelos ativistas do PETA é a divulgação de vídeos em que animais aparecem sofrendo variados tipos de violência, muitas vezes gratuita. Para registrar esses flagrantes, a organização recruta jovens interessados em defender a causa e os envia a matadouros, criadouros e estabelecimentos correlatos, com a missão de documentar os maus tratos cometidos contra os animais.
Desnecessário dizer que as cenas contidas nesses vídeos são brutais, de revirar o estômago. Elas nos fazem repensar nossa postura de "carnívoros impedernidos", além de suscitarem um importante debate quanto à maneira que nós, os seres humanos, nos relacionamos com os animais de um modo geral. Tratar cães de estimação como iguais e trucidar aves e mamíferos para nossa subsistência é uma atitude correta? Comer um x-burguer ou se fartar numa churrascaria qualquer é compactuar com o sofrimento impingido aos bovinos nos matadouros?
Essas e outras questões espinhosas precisam ser debatidas. Escritores importantes como o Nobel sul-africano J.M. Coetzee, um notório defensor dos direitos dos animais, têm escrito ensaios e até romances em que o assunto é debatido sem qualquer forma de proselitismo. O próprio Coetzee talvel seja o romancista que trata de maneira mais elegante e contundente do tema em suas obras.
No Brasil, pelo que eu saiba, há alguns poucos escritores que tratam do assunto. Um deles é o carioca Rubens Figueiredo, autor do romance Barco a seco, do qual extraí o seguinte trecho:
Era o seu animal de estimação. E, na verdade, como não ter estima por quem obedece imediatamente aos nossos gritos e se curva com presteza às nossas repreensões e ameaças? Como não ter amor por quem podemos amarrar pelo pescoço e prender numa coleira e arrastar aonde bem quisermos, à força de puxões e pancadas educativas? Alguém que podemos trancar num minúsculo banheiro durante a noite e obrigar que fique em silêncio. Como não trazer no coração uma criatura a quem podemos, caso isso nos incomode, cortar um aparte do rabo e das orelhas, injetar hormônios, castrar, secar os testículos, ou retirar o ovário ou o útero inteiro, e com toda razão nos julgarmos, por isso mesmo. Como não prezar como um verdadeiro ser humano alguém que depois de tudo isso nos adora cegamente, geme de alegria atrás da porta quando ouve nossa chave tilintar e corre contente para lamber nossos pés quando chegamos da rua?
E aí, deixaremos de comer "animais mortos" para comer "vegetais mortos? É algo para refletirmos. Ultimamente, proibiram os animais amestrados de se apresentarem nos Circos. Na minha opinião, o que deve ser feito, é intensificar a fiscalização, tornando-a mais presente, punindo exemplarmente, quando do descumprimento das leis, a fim de coibir os abusos de maus tratos aos animais, tanto aos amestrados do Circo, quanto aos que são abatidos, para alimentação do homem, fazendo com que tenham mortes rápidas e sem sofrimento. Quanto aos animais de estimação, aqui em casa tenho o Tobby, um dálmata de onze anos de amizade, lealdade e obediência, que a essa altura já faz parte da família. Um abraço, armando. [recomentarios. blogspot.com]
ResponderExcluirConcordo, Armando. Acho que o tratamento dispensado aos animais nos matadouros não pode ser cruel. Também acredito que não se deve matar animais para confeccionar peles, perfumes etc. Quanto aos animais de circo, a verdade é que a maioria é maltratada, portanto estou inclinado a achar que um leão ou um elefante não merece passar a vida preso numa jaula ou num cubículo. É de uma crueldade desnecessária.
ResponderExcluirAbraço!