Há exatos três anos uma série de atentados protagonizados por bandidos do PCC (Primeiro Comando da Capital, organização criminosa que, entre outras atribuições, "controla" os presídios do Estado) aterrorizou a população de São Paulo. Como o próprio governador do estado à época, Claudio Lembo, confirmou, era uma tragédia anunciada. De acordo com Lembo, a polícia tinha conhecimento de um plano articulado pelos criminosos para imprimir um “estado de sítio” na maior cidade do país por meio de ataques a delegacias de polícia, agências bancárias, ao sistema de transporte público, e a outras instituições importantes. Mesmo ciente da intenção do PCC, a Justiça concedeu a muitos presidiários bem comportados o direito de passar o Dia das Mães com a família, e a polícia paulista não conseguiu garantir a segurança da população. Os atentados, que tiveram início no dia 12 e se estenderam até o dia 20 de maio, resultaram em 496 mortos em todo o estado, entre militares e civis. No domingo 14, Dia das Mães, toda a mídia se mobilizou para cobrir o saldo dessa onda de destruição, e à noite telejornais e “revistas eletrônicas” como Fantástico e Domingo Espetacular noticiaram a angústia das mães que haviam perdido seus filhos justamente no dia dedicado a elas. Ao longo da semana pudemos acompanhar pelo noticiário todo o terror perpetrado pelos bandidos que houveram por bem não retornar à prisão na segunda-feira, como determinara a Justiça. Nos velórios de policiais militares e civis, a bandeira nacional e do Estado de São Paulo cobriam os caixões, e as saraivadas de tiros e o som fúnebre dos metais encobriam o choro dos parentes. Nos sepultamentos de cidadãos comuns, nada de tiros ou música para abafar o pranto dos familiares. Passados três anos, aproximadamente 60% dos casos de homicídio ainda não foram solucionados.
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