Vocês já devem saber que a revista piauí é uma das publicações mais interessantes surgidas no Brasil nos últimos anos. Se não me trai a memória - estou me referindo exclusivamente à minha memória real, sem qualquer consulta a sites de busca como (são) Google e quejandos -, o primeiro número de piauí chegou às bancas em outubro de 2006, e desde então vem sendo sucedido mês a mês por novas edições tão boas ou melhores que aquela.
Tenho alguns exemplares da revista, inclusive o primeiro, com a já célebre capa criada pelo cartunista Angeli, na qual um pingüim (pingüins serão sempre pingüins, nunca pinguins) de geladeira, usando uma boina militar cinza esverdeada, figura solitário em cima de uma geladeira vermelha. Este primeiro número contém ótimas e variadas colaborações, como a do escritor brasileiro radicado na Inglaterra, Ivan Lessa, que, além de contribuir com um excelente texto sobre sua volta ao Rio de Janeiro após quase trinta anos de exílio voluntário no Reino Unido, ainda criou, sob o pseudônimo de Chantecler, uma série de doze textos curtos e irreverentes para a sessão (hoje extinta) de horóscopo da revista, o que se repetiria ainda por algumas edições.
Caminhando para o seu terceiro aniversário, piauí ainda mantém o padrão original, que inclui colaborações fixas e eventuais, com perfis e reportagens longos, publicação de historietas em quadrinhos, ensaios fotográficos, narrativas ficcionais curtas, poemas, artigos, trechos de diário de anônimos e famosos, etc.
Na edição do mês passado, a revista publicou trechos do diário da paulistana Barbara Pina, uma estudante de 18 anos que trabalha meio período no call center de um provedor de tevê por assinatura. Além de bem-humorado, o relato dessa menina inteligente e batalhadora é comovente e esclarecedor sobre vários aspectos. Recomendo veementemente a leitura.
Para ler o texto todo, clique aqui. Abaixo, reproduzo dois trechos do depoimento de Barbara:
“Quero ser artista plástica. O call center é meu primeiro emprego com carteira assinada. Antes dele fiz estágios e bicos, nada que tenha durado mais do que dois meses. Percebo que em toda entrevista de trabalho , quando questionada sobre "planos futuros/interesses profissionais" , ao responder que quero ser artista plástica, é ali que eu perco a vaga. Não se dá oportunidade a quem não está interessado em seguir carreira na profissão X ou Y.”
“Dia desses, atendi um cliente que não saía de casa fazia um ano. Mora na rua dos Pinheiros, próximo ao largo do Batata. Ele contou ter decidido não mais sair de casa: assinou uma tevê a cabo, uma internet banda larga e passa agora 24 horas por dia entre quatro paredes. Me assegurou ser bem mais feliz assim. Pensei: "Nada mal..."
Tenho alguns exemplares da revista, inclusive o primeiro, com a já célebre capa criada pelo cartunista Angeli, na qual um pingüim (pingüins serão sempre pingüins, nunca pinguins) de geladeira, usando uma boina militar cinza esverdeada, figura solitário em cima de uma geladeira vermelha. Este primeiro número contém ótimas e variadas colaborações, como a do escritor brasileiro radicado na Inglaterra, Ivan Lessa, que, além de contribuir com um excelente texto sobre sua volta ao Rio de Janeiro após quase trinta anos de exílio voluntário no Reino Unido, ainda criou, sob o pseudônimo de Chantecler, uma série de doze textos curtos e irreverentes para a sessão (hoje extinta) de horóscopo da revista, o que se repetiria ainda por algumas edições.
Caminhando para o seu terceiro aniversário, piauí ainda mantém o padrão original, que inclui colaborações fixas e eventuais, com perfis e reportagens longos, publicação de historietas em quadrinhos, ensaios fotográficos, narrativas ficcionais curtas, poemas, artigos, trechos de diário de anônimos e famosos, etc.
Na edição do mês passado, a revista publicou trechos do diário da paulistana Barbara Pina, uma estudante de 18 anos que trabalha meio período no call center de um provedor de tevê por assinatura. Além de bem-humorado, o relato dessa menina inteligente e batalhadora é comovente e esclarecedor sobre vários aspectos. Recomendo veementemente a leitura.
Para ler o texto todo, clique aqui. Abaixo, reproduzo dois trechos do depoimento de Barbara:
“Quero ser artista plástica. O call center é meu primeiro emprego com carteira assinada. Antes dele fiz estágios e bicos, nada que tenha durado mais do que dois meses. Percebo que em toda entrevista de trabalho , quando questionada sobre "planos futuros/interesses profissionais" , ao responder que quero ser artista plástica, é ali que eu perco a vaga. Não se dá oportunidade a quem não está interessado em seguir carreira na profissão X ou Y.”
“Dia desses, atendi um cliente que não saía de casa fazia um ano. Mora na rua dos Pinheiros, próximo ao largo do Batata. Ele contou ter decidido não mais sair de casa: assinou uma tevê a cabo, uma internet banda larga e passa agora 24 horas por dia entre quatro paredes. Me assegurou ser bem mais feliz assim. Pensei: "Nada mal..."
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