Matéria publicada no Uol e meu comentário a seguir:
Livros novos para alunos de Araçatuba (SP) são encontrados em matagal
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Na escola estadual em que cursei o ensino básico, havia dois armários metálicos em cada sala de aula. Esses armários estavam sempre trancados e nenhum aluno tinha acesso a eles. Sempre achei isso estranho. E um dia resolvi perguntar a um professor o que havia neles.
Ele disse que também não sabia. E, contaminado por minha curiosidade, resolveu questionar a direção.
A diretoria o informou que os armários continham livros. Não os livros didáticos que utilizávamos diariamente nas aulas – outro tipo de livro. Livros de ficção e não ficção que deveriam ser disponibilizados aos alunos, mas, por algum motivo que foge à minha compreensão, não eram.
Mais tarde, descobri que havia uma sala anexa à secretaria onde havia uma enorme quantidade de material escolar (cadernos, lápis, borrachas, réguas, papéis e tintas diversos etc.) de cuja existência o corpo discente sequer desconfiava.
Ou seja, a má qualidade do ensino público não está relacionada apenas à falta de dinheiro, mas também, e principalmente, a meu ver, à gestão incorreta dos recursos, à falta de valorização do profissional, e, claro, aos maus profissionais, presentes em todas as áreas.
(Às vezes é preciso repetir o óbvio.)
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