O Livro de Eli – Mais um filme em que um “cavaleiro solitário” vaga por uma terra devastada em busca de vestígios de civilização. Denzel Washinton é o paladino da vez. Durão e justo, ele avisa seus adversários dos perigos que correm ao desafiá-lo. Em vão, obviamente. Os malfeitores que cruzam seu caminho são massacrados, e tudo é filmado de maneira bastante estilizada (leia-se pouco inventiva) pela dupla de diretores, os Irmãos Hughes – responsáveis pelo interessante Do Inferno.
Denzel / Eli carrega consigo o último exemplar da Bíblia Sagrada, que por sua vez é cobiçado pelo vilão interpretado por Gary Oldman. Este acredita que o livro possui poderes que lhe permitiriam controlar as pessoas, e então encarrega seus capangas de roubá-lo. Mas a tarefa se mostra mais complicada do que ele supunha. Eli é um tipo de messias disposto a tudo para preservar o livro em cujas páginas estão as diretrizes para uma vida boa e justa. E, como em todo filme de ação que se preze, ele encontra uma partner jovem, bela e rebelde, que o ajudará a chegar ao povoado em que as lições da Bíblia poderão ser passadas adiante.
Pode-se fazer várias leituras do filme. É possível considerá-lo tanto uma crítica ao fanatismo religioso quanto apologia ao cristianismo. Me pareceu extremamente conservador. Algo como: só existe salvação em Cristo. (Para tornar a sessão suportável, encarei o enredo genericamente como um elogio da leitura, do conhecimento.) E por mais que os diretores tenham tentado dar uma roupagem cool ao filme, tudo resulta muito cafona.
Denzel / Eli carrega consigo o último exemplar da Bíblia Sagrada, que por sua vez é cobiçado pelo vilão interpretado por Gary Oldman. Este acredita que o livro possui poderes que lhe permitiriam controlar as pessoas, e então encarrega seus capangas de roubá-lo. Mas a tarefa se mostra mais complicada do que ele supunha. Eli é um tipo de messias disposto a tudo para preservar o livro em cujas páginas estão as diretrizes para uma vida boa e justa. E, como em todo filme de ação que se preze, ele encontra uma partner jovem, bela e rebelde, que o ajudará a chegar ao povoado em que as lições da Bíblia poderão ser passadas adiante.
Pode-se fazer várias leituras do filme. É possível considerá-lo tanto uma crítica ao fanatismo religioso quanto apologia ao cristianismo. Me pareceu extremamente conservador. Algo como: só existe salvação em Cristo. (Para tornar a sessão suportável, encarei o enredo genericamente como um elogio da leitura, do conhecimento.) E por mais que os diretores tenham tentado dar uma roupagem cool ao filme, tudo resulta muito cafona.
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Chico Xavier – A tão alardeada cinebiografia do médium mais famoso do Brasil chegou às telas do cinema e tem atraído um grande número de espectadores. O fato é que Daniel Filho, diretor do filme, não deve estar surpreso com o bom desempenho de Chico Xavier nas bilheterias, uma vez que se trata de um projeto meticulosamente calculado para o sucesso comercial. Um personagem carismático. Um roteiro bem amarrado. Atores da TV Globo. Emoção e humor “na dose certa”. Elementos presentes no filme de Daniel Filho – e praticamente a norma que rege quase a totalidade das fitas da Globo Filmes.
O que se vê durante as duas horas de duração do longa é basicamente uma hagiografia. Em menino, Chico sofria com as visões e as vozes do além a que apenas ele tinha acesso. Já na adolescência, o surgimento de seu “guia espiritual”, Emmanuel, lhe dá certo conforto e o prepara para a completa aceitação de sua sina: ajudar ao próximo. Cônscio de seus “poderes”, Chico passa a usá-los para, por exemplo, exorcizar demônios e psicografar mensagens de mortos famosos e anônimos. Logo a fama do médium corre o mundo. Ele passa a atender a pessoas vindas das mais variadas regiões, o que atrai a atenção da imprensa e gera investigações sobre a autenticidade de seus poderes paranormais.
A maioria das cenas que mostram o protagonista na velhice se passa num programa de entrevista que serve de base para todo o roteiro. Nelas, brilham as figuras de Tony Ramos, o diretor de TV, e Nelson Xavier, o intérprete do Chico idoso.
O que se vê durante as duas horas de duração do longa é basicamente uma hagiografia. Em menino, Chico sofria com as visões e as vozes do além a que apenas ele tinha acesso. Já na adolescência, o surgimento de seu “guia espiritual”, Emmanuel, lhe dá certo conforto e o prepara para a completa aceitação de sua sina: ajudar ao próximo. Cônscio de seus “poderes”, Chico passa a usá-los para, por exemplo, exorcizar demônios e psicografar mensagens de mortos famosos e anônimos. Logo a fama do médium corre o mundo. Ele passa a atender a pessoas vindas das mais variadas regiões, o que atrai a atenção da imprensa e gera investigações sobre a autenticidade de seus poderes paranormais.
A maioria das cenas que mostram o protagonista na velhice se passa num programa de entrevista que serve de base para todo o roteiro. Nelas, brilham as figuras de Tony Ramos, o diretor de TV, e Nelson Xavier, o intérprete do Chico idoso.
Ao final, resta a sensação de ter assistido a uma dramatização de programa jornalístico, como aquelas do extinto Linha Direta da TV Globo. Produção caprichada, interpretações esmeradas, roteiro ok. Ou seja, nada memorável.
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Ilha do Medo – Adaptação do romance Paciente 67, do americano Dennis Lehane, por um dos maiores cineastas vivos dos EUA: Martin Scorsese. Mais uma vez, é Leonardo DiCaprio quem interpreta o protagonista, um detetive federal que, juntamente com seu parceiro, Mark Ruffalo, é incumbido de investigar o desaparecimento de uma paciente de um manicômio situado numa ilha em Boston, a Shutter Island. Ocorre que, o que poderia resultar num suspense convencional, se torna algo bem mais interessante graças à genialidade de Scorsese, artista que domina como poucos as técnicas cinematográficas e conhece profundamente a história do cinema. Temos então um thriller psicológico em que a veracidade das imagens é sempre dúbia, em que realidade e sonho se confundem, e onde as identidades são sempre imprecisas, mutáveis.
Todo o elenco está muito bem. Destaque para as atuações de Leonardo DiCaprio, Ben Kingsley, Max von Sydow e Jackie Earle Haley.
Todo o elenco está muito bem. Destaque para as atuações de Leonardo DiCaprio, Ben Kingsley, Max von Sydow e Jackie Earle Haley.
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Como Treinar o Seu Dragão – Um garoto desengonçado chamado Soluço vive numa vila de vikings. Seu pai é um grande guerreio e líder da comunidade. A maior ameaça à prosperidade da vila são os dragões, que vivem realizando ataques surpresas que se desdobram em grandes batalhas. A falta de talento para a guerra faz com que Soluço seja motivo de chacota entre os habitantes da vila, para decepção de seu pai. Isso só muda quando o garoto captura um “Fúria da Noite”, espécie de dragão mais temida pelos vikings, e aprende a como domá-lo.
Soluço passa a aplicar as técnicas aprendidas na convivência com o Fúria da Noite Banguela nos treinamentos nas aulas de combate a dragões da escola viking. Isso faz com que ele conquiste o respeito da comunidade e seja visto como um futuro grande guerreiro. O maior desafio de Soluço será convencer a todos de que os dragões não são seres malignos, e que a convivência entre eles e os humanos pode ser pacífica.
É esse o entrecho da última e bem-sucedida animação da Dremworks. Com esse argumento inspirado no livro homônimo de Cressida Crowell, os diretores Chris Sanders e Dean Deblois criaram um filme terno, engraçado, e com ótimas cenas de aventura. É mais um acerto dos produtores da Dremworks, que a cada filme tenta superar - ou ao menos igualar – a excelência criativa da Pixar, sua maior rival.
Soluço passa a aplicar as técnicas aprendidas na convivência com o Fúria da Noite Banguela nos treinamentos nas aulas de combate a dragões da escola viking. Isso faz com que ele conquiste o respeito da comunidade e seja visto como um futuro grande guerreiro. O maior desafio de Soluço será convencer a todos de que os dragões não são seres malignos, e que a convivência entre eles e os humanos pode ser pacífica.
É esse o entrecho da última e bem-sucedida animação da Dremworks. Com esse argumento inspirado no livro homônimo de Cressida Crowell, os diretores Chris Sanders e Dean Deblois criaram um filme terno, engraçado, e com ótimas cenas de aventura. É mais um acerto dos produtores da Dremworks, que a cada filme tenta superar - ou ao menos igualar – a excelência criativa da Pixar, sua maior rival.